O açude

Até hoje Damiana não sabe se Januário ouviu seu grito. Seu peito ficou apertado, esperando o marido surgir em algum ponto do açude. A demora se transformou em desespero. Ela correu de um lado para outro, as mãos na cabeça, suplicando ajuda. Seus gritos saiam de sua garganta, corriam por entre os galhos tortos da caatinga e voltavam solitários. Da cabeça, as mãos passaram a segurar o ventre e as águas límpidas do açude ficaram rubras.

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