O cheiro era doce, suave. O creme amarelo brilhava sob a luz que entrava espremida entre as tiras da cortina. De onde me abrigava, parecia tentador. Mas a distância era longa e o risco de morte tinha o som de um sininho badalando no meu ouvido. O bom-senso me indicava o caminho de casa, mas de que vale a vida se fazemos sempre o que é o mais adequado? Cadê o prazer, a emoção, as histórias que contaremos depois e que incentivarão outros aventureiros? Ah, dane-se o perigo! Saí do meu esconderijo com os olhos fixos na iguaria, a saliva escorrendo pela boca aberta, as pernas em frenesi e o desejo de abocanhar aquele mísero pedaço de pão eletrizando meu corpo. Estava tão perto que nem percebi quando a sola da sandália me esmagou contra o piso.
Desafiando o perigo
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